O design e o futuro do trabalho pós COVID-19

Na 23ª edição da Pororoca, Barão Di Sarno, designer, sócio-fundador da Questtonó e vice-presidente do Instituto A Cidade Precisa de Você, nos trouxe algumas provocações sobre as novas dinâmicas de trabalho e seus impactos nas equipes de design e nas cidades. Confira os destaques:

 

 

 

 

Edição / Data

23ª EDIÇÃO_02.12.2021

Convidado

Barão Di Sarno é designer, futurista, ativista e sócio fundador da Questtonó, consultoria de inovação e design com mais de 180 prêmios conquistados, onde atua em projetos focados na construção de futuros mais humanos e sustentáveis. 

Tags

Carreira, Impactos do design, Processos criativos, Sociedade, Trabalho remoto

Um resumo do que rolou

Lar, doce lar?

Nada mudou tanto durante a pandemia quanto o significado de “morar”. Depois de vivenciar essa experiência de “mini-nação” dentro de casa durante a pandemia, certamente a nossa relação com o morar jamais será a mesma. Enquanto nossas casas seguem diminuindo nas grandes cidades, as atividades que realizamos dentro delas se diversificaram, nos trazendo novos desafios e demandas variadas.

Outros conceitos que ressignificamos:

Fronteira

Como num reino, nossa porta de entrada passou a ser uma fronteira, com severos protocolos de controle.

Autossuficiência

Nos descobrimos muito mais capazes e autônomos do que imaginávamos, buscando e implementando novos saberes.

Relações comerciais

Pudemos observar mudanças radicais no comportamento do consumidor, acelerando o crescimento do e-comerce em nível mundial.

Navegar é preciso, desplugar também é preciso

Saber quando parar ou começar a trabalhar torna-se algo menos definido quando não existe mais o espaço físico para onde ir, o traslado, o ponto, o expediente.
A casa pós covid-19 ganhou um cômodo a mais: a tela. Quando a tela está ligada, a casa deixa de ser só nossa e passa a pertencer ao mundo. Se a tela nunca desligar, perderemos para sempre nosso espaço de intimidade.

A adaptação ao trabalho remoto

  • Pesquisa da CCN aponta que 42% das pessoas preferem o modelo híbrido de trabalho.
  • Pessoas mais jovens sentem mais falta da rotina de interações presenciais no ambiente de trabalho, por isso, preferem o modelo presencial.
  • A formalização das relações, que no virtual tendem a tornar-se mais objetivas, e a redução de suas sutilezas é uma queixa comum entre lideranças e equipes.
  • A falta de intimidade criativa e a dificuldade de construir cultura distantes de um espaço físico são alguns dos desafios que o modelo remoto proporciona às agências e estúdios de design. 

O certo é que o futuro será híbrido

Dentre os ganhos frequentemente citados do modelo híbrido os principais são:

  • Maior participação na vida familiar;
  • A adequação do trabalho à outras atividades domésticas;
  • A gestão de tempo livre para atividades pessoais;
  • A ausência da locomoção diária até o trabalho;
  • E o maior foco e concentração.

“A casa era o lugar onde nós saíamos do mundo, de repente a casa se tornou o local onde a gente fica e acessa o mundo.”

“A grande renúncia”

Nos EUA, mensalmente, cerca de 4 milhões de pessoas têm se demitido por serem forçadas a voltar aos seus postos de trabalho. Esse dado aponta que as pessoas já não são as mesmas e suas prioridades também não. O foco mudou e a lógica da hiperprodutividade parece ter perdido força para a qualidade de vida. Esse novo olhar tende a diminuir as disparidades na balança entre empregado e empregador.

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